segunda-feira, 14 de abril de 2014

Tempos Modernos

Charles Chaplin: ator, músico, cineasta, produtor, empresário, escritor, poeta, dançarino, coreógrafo, humorista, mímico e regente de orquestra. Um homem de inteligência e talento inenarráveis. Um incoformista da sociedade que conseguiu suavizar suas severas críticas através de seu humor único e cativante. Um romântico capaz de construir as mais lindas histórias que definem-se belas pela simplicidade e essência que apresentam. Ouso dizer que o melhor ator de todos os tempos. Um artista completo.Faltam palavras e adjetivos para descrevê-lo. Mas Chaplin dispensa palavras. Ele disse muito e tudo em seu silêncio. Inquieto silêncio.
Seu caráter crítico fica explícito no filme "Tempos Modernos", através do qual ele satiriza a sociedade industrial e a desigualdade social proveniente desta. O filme conta a história de um operário, o clássico vagabundo Carlitos, que é submetido ao trabalho repetitivo, exaustivo e desgastante de uma fábrica. Nesse contexto de Revolução Industrial, o lucro é priorizado e colocado acima da vida. A máquina sobrepuja o homem. Essa inversão de valores é evidentemente contestada na cena em que Carlitos é alimentado por uma máquina e submetido à ela. Na cena em questão, a desumanização é sabiamente ridicularizada por Chaplin. Ao final do filme "O grande ditador"(obra igualmente grandiosa e crítica), Chaplin profere um discurso e deste retira-se uma frase que revela o princípio que rege o filme "Tempos Modernos": " Mais do que máquinas, precisamos de humanidade.".
A sociedade industrial e capitalista exacerbada vitimou também Paulette, uma jovem pobre que conheceu Carlitos e com ele construiu uma linda parceria. Juntos, em meio ao caos, compartilham dificuldades, sonhos e esperanças.
Nota-se que Chaplin lança suas críticas e espera que estas promovam a reflexão no público para que ele efetive mudanças na sociedade. Chaplin não perde a esperança e revela isso através do final que deu ao filme e de mais um trecho retirado do discurso de "O grande ditador" que encaixa-se perfeitamente com o final de "Tempos Modernos": "A alma do homem afinal ganhou asas e começou a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança".
Charles Chaplin mostra-se perfeito ao unir harmonicamente drama, humor e romance e genial ao dispensar diálogos. A ausência de falas (já adotadas com frequência em outros filmes da época) é proposital já que a presença destas implicaria na destruição de um personagem mudo que conseguia se expressar plenamente. O silêncio escandaloso da obra a torna única, porque mesmo sem dizer uma palavra Chaplin conseguiu deixar clara sua mensagem e perpetuá-la até hoje. Por tudo que representa e proporciona "Tempos Modernos" é uma relíquia da sétima arte, mas é apenas uma parte do valioso legado de obras maravilhosas de Charles Chaplin.

1 comentários:

  1. Bravo! Despertou em mim um sentimento de admiração por Charles Chaplin..

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