"Repórteres de guerra" é uma excelente produção cinematográfica que conta a história real do épico Bang Bang Club. O grupo era formado por quatro fotojornalistas: João Silva, Kevin Carter, Greg Marinovich e Ken Osterborek. Suas fotos eram retratos de uma África sofrida e sangrenta dos anos 90 que lutava, literalmente lutava, para desmantelar o Apartheid. Cabia aos fotógrafos registrarem as lutas com seus olhares e suas lentes. Os registros da guerra civil estampavam as páginas do jornal The Star.
A câmera era o instrumento. A fotografia era a arte. E, de uma certa forma, a violência era o ambiente de trabalho e matéria-prima dos fotojornalistas. Diante dos fatos, colocar suas vidas em risco era praxe. Assistir e registrar mortes eram rotinas. Portanto, o exercício da profissão exigia frieza.
O filme levanta um questionamento: até que ponto o profissionalismo sobrepuja o fato de ser humano? Essa questão foi materializada através de uma imagem garimpada pelos repórteres de guerra.
Kevin Carter fotografou uma cena forte e histórica: um abutre esperando a morte de uma menina frágil. A fotografia rendeu o Prêmio Pulitzer em 1994. A repercussão foi intensa. As perguntas que surgiram a partir dessa imagem foram profundas: ele podia ajudar a menina na condição de jornalista? Ele podia não ajudar a menina na condição de humano?
Essa fotografia é a prova de que imagens falam. Imagens gritam. O Bang Bang Club sabia capturar e eternizar o barulho delas. O trabalho deles mereceu um filme.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
The Bang Bang Club
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