quinta-feira, 18 de junho de 2015

Abc da vida

    Majestosa Palavra! Ai de vós que deixam passá-la despercebida! Corajosa, insolente, irredutível. Ai de vós que usam e abusam daquela que nos diferencia! A maior invenção humana. Pedra bruta, lapidada, enfeitada. Um chapéu ali, uma crase aqui, um til colá. Ai de vós que não sentem o peso de vossas palavras! Não sejam tão inconsequentes assim. Elas têm uma força miraculosa. Não existe o real apreço. Contenta-se apenas com um demasiado palavrório por ai, e ,cá entre nós, podemos ser mais do que um falante acomodado.
    Mistura a palavra com um sentimento  e BUM, ela pode ser letal. Mais dolorosa do que uma flecha envenenada, mais ensurdecedora do que São Paulo em horário de rush. A palavra perdura e é inalcançável. Deixe sua borracha de lado, quando ditas, são perpétuas. Por isso, amigo, escolha cada uma delas bem direitinho. Pense, repense, tripense os seus efeitos. Elas deixam rastros. Quando bem empregadas, são como luz e afeto. Uma boa escolha dessas palavrinhas é como mão que afaga.
      Não tenha medo, caro leitor! Entendo que talvez elas possam te causar um certo receio, vai ver é por isso que vez ou outra recorremos ao Sr. Aurélio. Mas não precisa ficar assim tão escabriado. Afinal, você tem o poder pra dominar  cada uma delas. Ou não. Oras, elas precisam de suas mãos e de sua caligrafia xinfrim pra criar corpo. Elas precisam da sua lingua, dos dentes e de um bocado de requisitos para serem ouvidas. Porém, não seja assim prepotente! Vocês devem andar em harmonia, podem criar grandes coisas juntos!

               As palavras têm sexo, amam-se umas às outras e casam-se. 
                                                 Machado de Assis
                 

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