domingo, 14 de fevereiro de 2016

Beyoncé assumiu a causa negra?

Já se passou uma semana desde a apresentação do show do intervalo do quinquagésimo Superbowl, mas a apresentação da Queen Bey e sua nova música "Formation" continuam repercutindo entre os meios conservadores estadunidenses.
Não só o forte teor político e crítico contido na letra da música chamaram a atenção e caíram como uma bomba nos círculos sociais dos americanos, mas o figurino da própria artista e de suas bailarinas contribuíram para engrossar a crítica que a apresentação se propôs a realizar, também.
Para quem não sabe, Bey e suas bailarinas estavam vestidas em referência ao grupo paramilitar - alguns consideram revolucionário - dos Panteras Negras que tinham como base a busca pela proteção da população negra norte-americana contra a violência trivial das forças policiais - em sua maioria brancos - num momento em que os negros lutavam pelos direitos civis e o fim de uma política de segregação que dividia o Estado entre negros e brancos.
Além disso, essa manifestação ocorre num momento em que os cidadãos negros voltaram a ser assassinados aleatoriamente por policiais no país. Vamos relembrar o caso de Ferguson, o menino que foi assassinado por um policial no meio de um parque ou outro que estava desarmado, acuado e sendo acusado em vão por militares e foi assassinado a sangue frio no meio da calçada frente aos olhos de inúmeras testemunhas.
O show do Superbowl foi a primeira vez que a Beyoncé levantou efetivamente a bandeira da causa negra. É sabido que o meio artístico é recheado de preconceitos por parte dos contratantes, fato que acaba suprimindo a liberdade de expressão de alguns artistas em defender inúmeras causas sociais.
A expectativa é de que outros músicos, atores, enfim, artistas, comecem a levantar bandeiras com as causas que os comovem. E que essas causas não sejam tão brandas como as do meio ambiente e proteção animal' - não desmerecendo essas causa, óbvio - mas aquelas que oferecem reflexos políticos mais importantes para algumas minorias que se sentem representadas por eles.
Não adianta uma Demi Lovato, Lady Gaga e a própria Beyoncé, por exemplo, levantarem a bandeira da causa gay, sendo heterosexuais, se os próprios artistas gays permanecem no armário quanto seu envolvimento com a causa para não perderem mercado. É por isso que cada dia mais esperamos ver músicos com o Adam Lambert se envolvendo nessa causa.


Sim, a Beyoncé assumiu a causa abertamente num ato político e assistido por 111 milhões de pessoas, uma vez que, de modo velado, ela já estava envolvida no movimento desde que declarou seu apoio à campanha presidencial do democrata Barack Obama para presidente dos EUA.
E "Formation" veio para se tornar um hino à exaltação da identidade negra, com versos que reverenciam suas origens e características físicas, além de se tornar uma crítica à violência dos policiais americanos contra a população negra.

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