segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

And the Oscar 2016 goes to ...

Na noite do último domingo(28) a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood entregou a premiação mais desejada do cinema mundial para seus escolhidos nessa temporada, muito boa, de filmes no ano de 2015.
Cercada de muita expectativa, a noite de gala viria a coroar Mad Max: Estrada da Fúria, como grande vencedor da premiação com 6 estatuetas e entregar à Leonardo DiCaprio o reconhecimento, ou errata, por não tê-lo dado o prêmio anteriormente.
Apesar de ter feito uma personagem muito difícil em O Regresso, o ator foi superado por Eddie Redmayne com sua dupla interpretação em A Garota Dinamarquesa, filme no qual interpreta um personagem transexual e faz sua transformação durante o desenrolar da história, além de ter o Michael Fassbender na pele de um Steve Jobs muito bem construído e interpretado, o ator estava irreconhecível na pele do falecido CEO da Apple.
De certa forma, pode-se afirmar que a Academia cedeu a uma relativa pressão popular para dar o Oscar ao DiCaprio. Na avaliação dos filmes indicados ao prêmio de Melhor Filme, DiCaprio não possuía tal favoritismo apresentado durante o período que antecedeu a premiação.
Sinceramente, é bastante difícil entender a avaliação dos membros votantes da Academia. Três filmes eram os favoritos em minha opinião, são eles: A Grande Aposta, A Garota Dinamarquesa e O Quarto de Jack.
O motivo nem é tão variado assim. Trata-se apenas de uma questão de roteiro e do enredo que os filmes se propuseram a levar para as telonas. É notória a variação temática entre os três filmes supracitados, A Grande Aposta leva o espectador para o centro da discussão sobre a crise de 2008 nos EUA, já A Garota Dinamarquesa traz um debate bastante contemporâneo sobre a identidade de gênero, enquanto O Quarto de Jack apresenta o sofrimento de uma mulher constantemente violada para atender aos desejos de seu sequestrador.
Nenhum dos três levou, porém não houve injustiça com a escolha do melhor filme tendo como filtro, os parâmetros apresentados anteriormente. Spotlight - Segredos Revelados introduz o espectador em outro debate bastante importante: os crimes cometidos por padres da Igreja Católica.
Ou seja, diferente da edição 2015, a Academia não cometeu o erro de dar a maior premiação do cinema mundial a um filme com enredo fraco em detrimento de outro que vai narrar uma das mais importantes lutas por direitos civis dos EUA, a luta de Martin Luther King Jr. em Selma.
O único representante brasileiro na edição de 2016 do evento, a animação Menino e o Mundo não conseguiu superar o blockbuster Divertida Mente. Do ponto de vista musical, Sam Smith ganhou com "Writting's On The Wall" o Osca de Melhor Canção Original. Essa era a última grande premiação que faltava na estante do britânico.
Alejandro Iñarritu levou pelo segundo ano consecutivo o Oscar de Melhor Diretor e igual a um monstro sagrado do cinema, o Francis Copolla, e escreve seu nome como um dos melhores diretores de sua geração.
Porém, nem tudo soou agradável na noite. Chris Rock extrapolou o nível aceitável de piadas com a ausência de negros entre os indicados os Oscar e o boicote proposto por grandiosos artistas negros, dentro os quais constam Will Smith.
Além disso, a Academia buscou um jeito muito infame para contornar a ausência de negros ente os indicados. Nessa edição, certamente, houve a maior quantidade de negros entregando os prêmios para os artistas - brancos. A alternativa buscada só veio para confirmar o modelo de submissão social que os negros sofrem para os brancos, modelo no qual os brancos são reconhecidos, valorizados, divulgados, enquanto os negros precisam se confortar com a ausência de holofotes, mesmo realizando trabalhos melhores, em alguns casos.
A temporada 2016 será marcada por muitos heróis no cinema. Seria a Academia capaz de conceder o prêmio de Melhor Filme para Batman vc Superman: A Origem da Justiça ou então para Capitão América: Guerra Civil? Essa é uma pergunta que ficará sem resposta até fevereiro de 2017. Até lá, aproveitem bastante o cinema!


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