segunda-feira, 6 de julho de 2015

#SomosTodosMaju

A sociedade brasileira mais uma vez mostra ao mundo sua face podre e se utiliza das redes sociais para discursar um preconceito estúpido, como todas as formas do mesmo, contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, a "moça do tempo" do Jornal Nacional.
Ela foi estupidamente xingada nas redes pelo simples fato de ser negra e estar no ar naquele que é o maior telejornal nacional, mundialmente reconhecido através das premiações, como o Emmy, que o JN é indicado ao prêmio e muitas vezes vence.
O que ocorreu na última semana demonstra a bestialidade do ser humano, em especial do brasileiro. Historicamente, a nossa nação, em grande maioria, é fruto da miscigenação entre negros, indígenas e portugueses. Poucos são aqueles que podem se considerar brancos, apenas os imigrantes que chegaram no século passado, talvez.
O brasileiro é mestiço. Nós somos o resultado do cruzamento entre os nativos, invasores e escravizados, que no caso brasileiro foram os negros africanos. Só que não se esqueçam que na Grécia Antiga, por exemplo, os escravos eram homens brancos, prisioneiros de guerra.
Esse traço histórico incomoda bastante. É lastimável ver os ditos brancos querendo mostrar superioridade em relação aos negros ou humilha-los da forma que fizeram com a ótima e competente jornalista Maria Julia Coutinho.
O Brasil, desde a abolição da escravidão, passou por inúmeras reformas, sistemas políticos distintos, sociabilidades diferentes, porém a questão da igualdade social ficou um pouco prejudicada porque os governantes, maciçamente brancos, não se importavam com a questão.
 Essa questão foi tão ignorada pelos governantes que os mais importantes sociólogos da época estudaram, e muito, a entrada dos negros na sociedade brasileira. Mesmo havendo a pressão dos intelectuais abolicionistas, a discriminação enraizou na sociedade e continua marcante até hoje.
Todos os dias alguns negros são brutalmente discriminados, seja por sua cor, crença, costumes e tradições. É um crime, tanto cultural quanto legal, trata-los como aberrações e, estupidamente, destilar o preconceito através das redes sociais.

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